sábado, 14 de maio de 2011

Jorge Amado - Capitães da Areia


Difícil traduzir em tão poucas palavras esse autor que tanto contribuiu para a literatura brasileira. O olhar dele ilustra bem essa imagem do escritor que captura a sua realidade. Destes que parecem radares, que denunciam que protestam. A precisão adornada de regionalismos coroa um registro quase antropológico, mas fazendo uso da literariedade com um primor ímpar.

O primeiro ano fará avaliações sobre a obra Capitães da Areia. Após ler o trecho abaixo, fim do capítulo “O Trapiche”, acompanhe um trailler de uma adaptação para o cinema. (Vale lembrar que este texto é de 1937 e que já foi reeditado muitas vezes, comprovando a sua potência literária.)



Nenhum comentário, por mais preciso que seja, resume uma obra deste tamanho.

“[...]Nunca ninguém soube o número exato de meninos que assim viviam. Eram bem uns cem e destes mais de quarenta dormiam nas ruínas do velho trapiche (Armazém onde se guardam mercadorias importadas ou para exportar)”
“Vestidos de farrapos, sujos, semiesfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.”



Desejo a todos uma boa leitura e para terminar recorro a uma fala do próprio autor: “ Eu sou muito otimista, muito. O Brasil é um país com uma força enorme. Nós somos um continente, meu amor. Nós não somos um paisinho, nós somos um continente, com um povo extraordinário” 






Fabrício G. Pacheco
Professor de Literatura e Redação

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